Em 12 de março de 2007,
escolas britânicas introduziram contos infantis com temática gay para crianças entre
quatro e 11 anos de idade, conforme matéria exibida no BBC Brasil.
“A iniciativa piloto foi criada
para familiarizar as crianças com as relações homossexuais e adaptar o
currículo a um conjunto de novas leis que entra em vigor em abril, conhecido
como Ato de Igualdade, que visa reduzir desigualdades sociais e eliminar
discriminação no país. Uma das fábulas, King
& King (Rei e Rei), conta a história de um príncipe que rejeita
três princesas antes de se apaixonar e se casar com o irmão de uma delas.
Outro conto de fadas mostra uma menina com duas mães e há ainda uma história
sobre a relação de dois pingüins machos em um zoológico de Nova York.”
Relata a reportagem.
Elizabeth Atinkson, da Universidade de
Sunderland, em entrevista ao jornal Daily Mail, disse
que “O objetivo é ajudar as escolas a atingirem seus requerimentos sob o Ato de
Igualdade. Há muito pouco disponível no momento para permitir que eles atendam
às necessidades de todos os alunos”.
Não se enganem quem acredita que não houve grande
oposição a tal medida. Católicos, Evangélicos e os mais conservadores se
opuseram a decisão, conforme podemos perceber na fala de Simon Calvert, do
Instituto Cristão: “As previsões de que as novas leis resultariam na promoção
ativa da homossexualidade nas escolas estão virando realidade”.
Ontem, 26 de Junho de 2015, os homossexuais dos
EUA, conquistaram por fim, a legalização do casamento Gay. No entanto é
interessante percebermos que desde 2007, já iniciava uma preparação em um dos
aspectos mais importantes para evolução de uma sociedade: a Educação. A
preocupação de que os “homofóbicos” são frutos de uma sociedade preconceituosa,
machista, logo, educar nessa perspectiva de respeitar as diferenças é de suma
importância.
Não temos ainda no Brasil, nas nossas Diretrizes
Curriculares Nacionais da Educação Básica, reformulada pela ultima vez em 2013,
nada específico sobre homossexualidade. Temos sim, na página 514, o início das
Diretrizes em Direitos Humanos. Portanto, a base nacional não respalda a esfera
nacional, tão pouco a municipal para este plano. O que não significa dizer que
muitos estados e muitos municípios pela autonomia que tem, diante suas
especificidades, flexibilizar seu currículo, porém, não esqueçamos que ainda
somos(enquanto sociedade), racistas, machistas e homofóbicos.
E agora, cabe a quem esses “convites” de
mudanças?
Mudanças essas que obrigatoriamente iniciaria em
qual esfera: nacional, estadual ou municipal?
Penso que numa cidade primária como muitas que
temos, localizada no agreste, algumas pessoas que detém o “poder legislativo”,
não compreendem ainda a suma importância da escola está atenta a essas
diferenças, no entanto, acredito que se o nacional faz uma emenda, o estadual
assim, faria e obrigatoriamente o município faça.
Ora, se cobra hoje das escolas municipais se
lembrar do negro e da sua cultura por que os Movimentos Negros do Brasil
inteiro lutaram e conquistaram, então, gostando ou não, professores da rede(que
como parte de uma sociedade racista, também assim, muitos são) terão que
cumprir. É lei federal! Modificou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional(LDB).
Portanto, gente, precisamos lutar, precisamos
ocupar os fóruns, precisamos ocupar conselhos, precisamos ocupar as ruas, com
respeito e seriedade. Pois por aqui, as coisas não andam bem! O percentual de
violência relativo as questões LGBTT não são pequenos, vemos jovens sendo
espancados, mortos todos os dias por serem apenas diferentes.
É preciso preparar nossas crianças, nossos
adolescentes, nossos idosos, nossas professoras, vereadores, pais e mães,
enfim, toda uma sociedade para conceber o que é de direito: o Respeito às
Diferenças.
Enquanto não se existe a reforma
da Constituição brasileira vamos respeitá-la fazendo-a valer. Inclusive valer
os direitos do diferente, daqueles que sempre foram inferiorizados por uma
camada da sociedade que ainda hoje se sente superior, seja por questões raciais,
sexuais, genêro e/ou pelo status ocupado na sociedade (classe).
Vamos fazer valer sim o inciso IV
do artigo 3º da Constituição:
“promover o bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação”.
Sai da moda e vem pra luta, pra articulação, pra ocupação dos espaços!
Site da pesquisa: http://www.bbc.com/portuguese/reporterbbc/story/2007/03/070312_historiasgay_ir.shtml
Teresa Raquel Silva
Professora
































