domingo, 9 de agosto de 2015

O Poder político dos injustos e uma breve reflexão a partir de Judas, Jesus e nós.




A traição de um homem pode ser a Salvação do outro! Judas ajudou de modo involuntário a cumprir-se o papel de Jesus aqui nesta passagem terrena!
Judas era um cumpridor das leis judaicas. Jesus era “transgressor” de todas as injustiças. Um dos maiores políticos de todos os tempos. Respeitava e considerava a figura da mulher que na época era muito reprimida, inspirados nas ideias que atualmente chamamos hoje de “Respeito às Relações de Gênero”.
Judas tinha uma energia diferente da de Jesus. Energia de guerra, ao mesmo tempo de medo diante da grandiosidade do poder romano, pois sabia que estaria sujeito a morte. Jesus na sua politização, reconhecia que esse poder de injustiça romano, seria abalado através de amor ao mais empobrecido, de justiça e igualdade econômica e social.
Judas e Jesus aprioristicamente, tinham uma relação de amizade, porém como as pessoas, Judas na sua diferença era o lado enigmático de Jesus. Judas não tinha medo de Jesus, tinha coragem de questionar Jesus e de um modo muito diferente, amava Jesus, no entanto, o poder econômico injusto, busca quem pode ser corrompido pelo valor pecuniar e foi assim que Judas se corrompeu, mas tamanho arrependimento se instalou em seu âmago, a ponto de que tomado pela angústia humana nossa, se arrepende e decide retirar sua própria vida, como preço a ser pago pelo gesto covarde ao amigo.
Judas reconhecia seus medos, seus limites. Nem todos nasceram com a coragem de Jesus. O dom sacro de Judas era diferente do que foi dado a Jesus.
Judas vivia em cima do muro... Dava conselhos a Jesus e dizia-lhe: “calma, o poder romano pode te matar!, Não se indispor é o melhor que podemos fazer!”
Mas Jesus não se acovardava, tinha um plano a cumprir, plano a favor de toda uma classe, de todo um povo e optava em não ficar em cima do muro: sabia o que queria, tinha um “lado”, o dos justos, dos empobrecidos.
Até hoje, nem todos o compreendem o processo doloroso, porém vitorioso da passagem da escravidão para a libertação...
As vezes, estamos num mesmo barco, mas cada um com ideais diferentes. Assim estava Judas, estava ao lado de Jesus, no “mesmo barco”, convivia com Jesus, pregava com Jesus, chegou a receber de Jesus autorização para fazer milagres: você também pode fazer!”, mas não entendia, Judas, o projeto maior: ele não era sozinho no mundo, individualista... Não vivemos sozinhos no mundo, vivemos em comunidade e precisamos ter objetivos comuns. Problemas pessoais, todos tem, ninguém tem o merecimento de ter problemas sozinhos, TODOS nós temos o merecimento de ter problemas e isso não nos faz ser intolerantes com os outros, ou tomar atitudes extremas, estúpidas, carrascas e impensadas. Mas algo maior nos convida a sentir a dimensão dos problemas que nos consome como um todo, de modo fomigerado.
Hoje, estamos num mesmo “barco”, empobrecidos, excluídos pela classe social que ocupamos, pelo racismo, pela intolerância, pela homofobia, pelo direito de sermos mulheres livres, pelos preconceitos covardes e cruéis que nos mata aos poucos.
O que inquieta é perceber que no lugar de nos unirmos para o enfrentamento, muitas vezes tratamos nossos irmãos de luta, que estão no mesmo barco que nós, como nossos inimigos por interesses pessoais, individuais.
Fico a refletir até que ponto somos Judas ou Jesus? Até que ponto somos Judas e Jesus(como o ing e o yang)? Procuramos agir de modo ético ou conveniente? De que de fato precisamos? O que nos faz feliz?
Sigamos apenas na reflexão e que nossas atitudes sejam sempre em nome do bem da humanidade, pois ser bom pra mim é bom demais, o desafio lançado é você ser bom pra os outros, inclusive pra os que nos trata como nossos inimigos!
Até!
Axé!
Amém!


Teresa Raquel Silva
Gente que tenta ser humana a cada dia, erro erro e erro, mas levanto e recomeço sempre.



As ideias do texto foram inspiradas nas leituras dos Evangelhos e culminaram com o filme Judas e Jesus.

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