quinta-feira, 29 de março de 2012

NA PÁSCOA, VIVA O MISTÉRIO DA FÉ!

Urge em nossos dias, a vivência do Mistério com fé.
Lembremos que o apóstolo Paulo, foi um grande exemplo dessa
vivência quando dizia: “Já não sou eu que vivo, mas Cristo vive em mim”.
Diante de tanto desprendimento e humildade, penso, em
quantos de nós vamos às igrejas, alguns, desenvolvem trabalhos nas igrejas,
outros rezam inúmeras vezes por semana o terço, o Santo Ofício, meditam
repetindo centenas de vezes o nome de Jesus, enfim, são infindas as
mobilizações comunitárias, ou não a cerca da demonstração de fé.
No entanto, nada dos citados acima pode ser suficiente se em
cada um de nós, não fizermos a experiência libertadora de Deus.
Até que ponto nos é relevante ir à igreja, está junto dos
irmãos/as e não experenciar Deus em sua magnitude, sua infinitude e na
compreensão inexorável do Mistério que se faz presente na própria vida.
Como dizia Boff, experenciar Deus, é mais que
experimentá-lo. Muitas vezes estamos na comunidade, mas não a vivenciamos, no
sentido de compreender que lá é também espaço de compreender as falas
misteriosas de Deus, através dos irmãos e das irmãs. Compreendemos, por vezes,
que viver em comunidade é fazer nossas obrigações de cristão, como, cuidar do
espaço físico, preparar a liturgia, escolher leitores, escolher os cantos. Com
isso, não digo, que tais atividades não sejam grandiosas e valorosas, ora, faz
parte do SERVIÇO, mas é MAIS que isso.
Certo dia, em minha casa logo que minha avó se foi para o
outro plano, pensei junto com meus pais, realizar a oração do terço em intenção
dela. Convidamos alguns dos nossos vizinhos e algumas companheiras da
comunidade, quando alguém que acabava de chegar disse: “olha, vamos logo, que
esse já é o terceiro terço que rezo hoje.” Mulher de fé, participante do
cenáculo da Graça, três terços ao dia...
Sinceramente, deu a impressão que era apenas a assinatura de
um protocolo. O cumprimento de uma obrigação.
Longe de julgar, mas nossas atitudes, sempre dão abertura as falas e
pensamentos dos nossos conhecidos.
Comecei a pensar na “eficácia” dos três terços, pensava
ainda no vazio da fala “olha, vamos logo”,
pesava e erroneamente mas, como humana,
no gosto que tinha Deus quando a colega o experimentou. Compreendi à luz
da espiritualidade divina, que quem experimenta, experimenta só pra ver como
está, como é. O convite desafiador dos
nossos dias é experimentar e sentir o sabor de amor, o sabor doce e saboroso
que Deus tem e após sentir essa maravilha inexplicável , pegar colheres bem
cheias e nos “lambuzar” (alegoricamente) desse Deus que é amor, que é vida, que
é saúde, que é luz e paz e que é sobretudo, mistério.
Faz-se necessário urgentemente aprender com São Paulo e outros que fizeram
essa escolha por Cristo, vivenciar à luz do Mistério o mais profundo da fé.
É como, falar de saúde, sem analisar os dados que defasam a
saúde.
É como falar dos pobres, sem analisar economicamente e
ideologicamente o por que da existência dos mesmos.
É como falar de caridade, de solidariedade, aplicando
práticas de assistencialismo.
Assim é, quem vive em comunidade, quem vai à igreja e não
vivencia à luz do Mistério a sua fé. E desse modo, corremos o risco de estarmos
na igreja e continuar tirando conclusões de fatos que não tem inteireza,
julgando o próximo por atitudes decididas por ele, indo ao padre contar que fulano
fez isso e não é certo, indo ao bispo falar do padre, falando do bispo, do
padre e dos outros leigos aos familiares, dizendo que foi na missa, mas não
gostou por que o padre não falou muito bem, ou que foi a missa e dizendo que
foi linda por que “parecia que o padre falava pra mim”, saindo da missa e
dizendo que sicrana comungou e não podia pois não era casada e vivia com um
homem, falando que não aguenta mais quando beltrana vai pra frente da igreja só
falar em dinheiro, dizendo que o cora l “x” canta lindo, mas o “y” canta muito
feio, dizendo que o ministro “z” só quer ser, dizendo que o ministro “m” só
vive fofocando do outro ao padre, inventando que o padre disse algo, quando na
verdade ele não disse e quem criou a história queria dizer e não tem coragem de
assumir, dizendo que “h” tá namorando um homem que não seria seu e isso é um
pecaaaaaaaaaaadoooooooooo, da gôta, mas, quem é de quem? Enfim, URGE, que
recebamos o convite do apóstolo Paulo de parar de blá, blá, blá e iniciar
nossas práticas de uma fé (não cega), que nos faça ver, compreender e
experenciar esse grande DEUS que é entre muitas coisas, MISTÉRIO. Entender e
aceitar, sem ser passivo, que existem coisas que no dia que o humano decifrar,
o mistério deixará de ser. Respeitando e compreendendo a importância do
MISTÉRIO divino, pairaremos sobre a sobriedade, a calma, a paz e a saúde e
mental e espiritual.
Em conversa com as irmãs em Cristo Emilia Lambert e Iracilda
Dutra, trocávamos pensativas preocupações a cerca do grande número de estudades
de filosofia que se jogam do 17º andar da UFPE. E houve uma hora na conversa que uma de nós
dizia: “Tem gente que não sabe compreender o mistério divino. Quer achar
respostas em coisas que não racionalmente não há respostas, e nesse desespero
de encontrar, nesse vazio que a falta da vivencia do mistério, não encontra
mais razão de seguir em frente.”
Lamentável. Pra que tão alta tecnologia se não se compreende
que quem a comanda são as mãos dos homens e mulheres, criaturas do Criador?
Preocupa-me nossos jovens, nosso futuro, que se perguntados
forem sobre o que mais desejam em suas vidas, dirão: concluir a faculdade e
passar em um concurso federal. Aí, eles concluem, e digamos que sejam aprovados
no concurso do TJPE e bem novos ganham
dinheiro e numa proporção grande. Espere uns meses e repergunte a ele novamente
o que ele mais deseja. É bem provável que ele diga, quero ser o gerente desta
unidade e seu dinheiro duplica e a cada vez que for perguntado, querer mais e
mais é a tentação dele. Se chegar aos 40 anos, repergunte o que ele mais queria
e talvez ele dirá: “Não sei mais o que quero na vida. Na verdade, o que eu fiz
da minha vida!”
A alegoria, é só para provocar ( no bom sentido) o quanto
estamos vazios dos valores e da experiência do que é Divino. Seu lado
profissional, não te enche com a mesma energia que te enche a força do Espírito
Mor. Se encha de seu Deus, seja ele Alá, Maomé, Ogum, Jeová ou Javé, mas tenha
uma certeza, que é nesse Mistério que a gente se enche, se preenche e vira
humano de verdade. Lembrem-se que a humanidade é um processo, nem sempre somos
humanos, pois nem sempre respeitamos e escutamos com atenção as fala
silenciosas do nosso Deus, que é nosso
refúgio e nossa fortaleza.
Que Deus tenha misericórdia de todos e todas nós e nos ensine
no dia a dia vivenciar o Mistério mais profundo da fé.

TERESA RAQUEL SILVA.
28/03/2012

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